JUSTIÇA CEGA – 10 ANOS DEPOIS – Foi no ano de 2003 que resolvi fazer uma revista em quadrinhos tendo como protagonista a representação da justiça: Artemis ou Artemisa, uma mulher com uma venda nos olhos, espada, balança e lutando contra o crime. Chamei-a de Justine, por ter uma certa com a palavra justice, em inglês. Naquela época a violência estava estampada nos jornais, tevês e outras mídias, e a sociedade brasileira estava em comoção em vista do assassinato do casal Felipe Café e Liana Friedenbarch. A revista, com 28 páginas, com capa colorida e miolo em preto e branco, abordava o seqüestro de uma rica adolescente por traficantes na cidade do Rio de Janeiro.
Fiz a divulgação e venda de exemplares da revista somente em minha cidade natal, Porto Velho, capital do Estado de Rondônia. Depois disto, fiz a edição de número dois, desta vem totalmente colorida, abordando a continuidade da primeira história da personagem para um lado mais místico, em que os bandidos estão influenciados por forças sobrenaturais e sombrias. O que, convenhamos, não deixa de ser o que realmente acontece quando jovens, ainda em idade escolar, se envolvem com drogas, roubos e assassinatos, numa total ausência de respeito às Leis Divinas e ao próximo. Continuei a fazer o número três da revista Justine Justiça Cega, mas acabei engavetando o projeto. Desenhando esporadicamente alguns esboços e idéias para a personagem ao longo desses dez anos.
Eis que o ano de 2013 chegou e as barbaridades continuam a acontecer e com mais recrudescimento da crueldade por parte dos bandidos contra uma população acuada e desarmada. As Leis Penais continuam cada vez mais frouxas, em que o objetivo principal não é punir os que atentam contra a vida, mas “ressocializar” os praticantes de delitos graves. Então, em outro contexto e com o aparecimento das redes sociais, retorno com este projeto, agora com divulgação da grande rede.